Aos 68 anos, o ator Marcos Oliveira, eternizado como o Beiçola do seriado A Grande Família, da TV Globo, vive um novo capítulo em sua vida — desta vez, marcado por alívio e esperança. Desde o dia 11 de abril, ele está morando no Retiro dos Artistas, tradicional instituição que acolhe profissionais da arte na zona oeste do Rio de Janeiro. Após enfrentar sérias dificuldades financeiras e problemas de saúde, Marcos finalmente se sente seguro e acolhido.
“Jamais imaginei morar em um cantinho tão bonito, delicado e gostoso, onde vou poder trabalhar, cantar algumas músicas, me preparar para o meu show. Quando estou trabalhando, não sinto dor nenhuma. E quero muito trabalhar, quero divertir, voltar a sorrir e fazer as pessoas sorrirem”, contou emocionado em entrevista à revista Quem.
A nova moradia foi viabilizada com o apoio da atriz Marieta Severo, sua colega de cena em A Grande Família. O espaço é completo: conta com cama de casal, sofá, televisão, geladeira, micro-ondas e todos os utensílios necessários para o conforto do artista, que tem agora a companhia constante de Lolita, uma de suas três cadelinhas, a quem trata como filha.
“Quando eu estava vindo para cá, a Mel estava querendo vir junto. E ela chora, é dengosa. É uma dor muito grande. Não tenho nenhuma relação afetiva com ninguém, só com os amigos. Elas são minha família. Não tenho mais ninguém. Todo mundo já morreu. A Lolita dorme comigo, entendeu?”, disse, às lágrimas. Ele explicou que, por questões de saúde — Marcos utiliza uma colostomia — não consegue cuidar das outras duas cadelas, Mel e Preta, que ficarão em um local adequado e com visitas regulares do ator. “Elas estarão bem também, em um espaço bom e feliz para elas.”
Antes de se mudar para o Retiro, Marcos morou em diferentes bairros do Rio, como Botafogo e São Cristóvão, mas não conseguiu manter os custos com aluguel e despesas básicas. O agravamento da situação veio após ele cair em um golpe, em 2022. O ator foi vítima de um estelionatário que, ao se oferecer para administrar suas redes sociais, acessou seu celular e contraiu empréstimos em seu nome, gerando uma dívida de cerca de R$ 500 mil.
Agora, mesmo com os desafios que ainda enfrenta, Marcos se mostra grato por ter reencontrado estabilidade e uma perspectiva de recomeço. “Quero muito voltar a trabalhar. Quando estou em cena, esqueço da dor. Isso me dá vida.”