Samara Felippo desabafa sobre caso de racismo com a filha: “Fui forçada a aceitar algo que não concordava”

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A atriz Samara Felippo usou as redes sociais nesta quarta-feira (16) para desabafar sobre o andamento do processo judicial que move após sua filha mais velha, Alícia, de 15 anos, ter sido vítima de um ato racista dentro da sala de aula. Segundo ela, o episódio, que aconteceu em abril do ano passado em uma escola tradicional de São Paulo, segue sem qualquer consequência para o responsável.

“Para quem me segue aqui há um tempo, já tem ciência do ocorrido com a minha filha em abril do ano passado, um caso explícito escancarado de racismo numa escola tradicional aqui de São Paulo. Pro total de zero surpresas, nada acontece”, iniciou Samara, visivelmente frustrada. Mãe de Alícia e Lara, de 11 anos, do antigo casamento com o ex-jogador de basquete Leandrinho, a atriz fez críticas contundentes à forma como o caso foi tratado pelas autoridades.

A denúncia envolve um colega da filha que escreveu frases racistas no caderno de Alícia. Samara relatou que não teve acesso aos desdobramentos do processo, foi impedida de contar com a presença de seus advogados durante as tratativas e, por fim, sentiu-se coagida a aceitar uma medida de justiça restaurativa, com a qual não concordava.

“A defesa alegou que a frase escrita no caderno da minha filha, que tá lá, não tinha viés racial. Parece piada, mas aqui o racismo sempre é relativizado e nunca levado a sério”, desabafou. “Eu ainda fui totalmente forçada a aceitar uma justiça restaurativa da qual eu não concordei em participar.”

A justiça restaurativa é um modelo alternativo ao sistema penal tradicional. Seu objetivo é reparar os danos sofridos por meio do diálogo, sem necessariamente aplicar punições legais ao agressor. A medida é adotada paralelamente ao processo penal, mas Samara afirmou que, na prática, se sentiu silenciada e desamparada.

“Eu ainda estou nessa luta e não só pela minha filha, mas pelos inúmeros casos de racismo que continuam e continuam acontecendo recorrentemente com adolescentes e crianças nas escolas”, completou. “E também pelas mães, mães pretas que são invisibilizadas, exaustas, sem saúde mental e, muitas vezes, sem grana, desistem.”

O desabafo da atriz repercutiu nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a forma como o racismo estrutural ainda persiste nos ambientes escolares – e como o sistema de justiça, muitas vezes, falha em garantir proteção efetiva às vítimas.

Samara finalizou dizendo que, mesmo diante de toda a dor e frustração, não se arrepende de ter denunciado o ocorrido: “Eu não me arrependo de ter feito, de ter exposto, de ter lutado. Porque essa luta é de todas nós.”

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