A cantora Preta Gil, de 50 anos, iniciou nesta terça-feira (10) uma nova e promissora fase de seu tratamento oncológico. Após uma série de exames e avaliações nos Estados Unidos, a artista foi aprovada para receber terapias inovadoras e ainda experimentais em Washington, nos EUA.
Preta Gil, que luta contra um câncer colorretal diagnosticado em janeiro de 2023, expressou sua gratidão e otimismo nas redes sociais no último dia 4 de junho. “Começo meu tratamento dia 10. Enquanto isso, vou me fortalecendo fisicamente e espiritualmente, recebendo muito amor. Amo todos vocês, obrigada por todas as mensagens diárias, orações e energia positiva. Vocês me curam”, compartilhou.
A decisão de buscar tratamento no exterior veio após a quimioterapia no Brasil “não ter sido tão eficaz” quanto o esperado por ela e sua equipe médica. Nos Estados Unidos, a filha de Gilberto Gil, de 82 anos, passou por consultas no Virginia Cancer Institute, em Washington, e por exames detalhados com especialistas do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, uma instituição reconhecida mundialmente em tratamento e pesquisa de câncer.
Em março deste ano, durante sua participação no “Domingão com Huck”, da Globo, Preta Gil explicou a necessidade de explorar novas opções. “Então a gente tem que buscar alternativas. Alternativas em países diferentes, com tipos de estudos diferentes, ensaios diferentes ainda não publicados ou publicados, drogas que ainda não chegaram ao Brasil”, disse a cantora.
O oncologista Fernando Maluf, membro do Comitê Gestor do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e fundador do Instituto Vencer o Câncer, enfatiza a relevância da pesquisa clínica no avanço contra a doença. “Através da pesquisa clínica, novos medicamentos que têm um *background* em fases mais precoces, com potencial de ajudar pacientes, e através de estudos mais maduros, testa-se esse potencial preliminar, que realmente se mostra sólido”, explica Maluf.
Ele complementa que a pesquisa clínica é fundamental para incorporar novas tecnologias e beneficiar pacientes. “Se o que é comparado se mostra melhor, sim, a gente incorpora esse novo avanço, essa nova tecnologia, e obviamente beneficia os pacientes. Portanto, a pesquisa clínica é a solução para resultados fantásticos do câncer — e não só do câncer, mas obviamente de outras doenças. O Brasil vem aumentando a sua pujança na pesquisa clínica, mas ainda tem um longo caminho no sentido que o país ainda precisa participar de modo mais intenso dos estudos internacionais e também da geração de dados próprios”, afirma o especialista.
Preta Gil foi diagnosticada com câncer colorretal em janeiro de 2023 e, embora tenha sido considerada em remissão no final do mesmo ano, a doença retornou em agosto de 2024, atingindo quatro novos locais: dois tumores nos linfonodos, um nódulo no ureter e metástase no peritônio.
Em dezembro de 2024, a artista passou por uma complexa cirurgia de 21 horas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde foram retirados seis tumores, parte de seu aparelho digestivo e do sistema linfático, além de ter sido submetida a uma peritonectomia e quimioterapia intraperitoneal. Ela passou o Natal na UTI, mas celebrou a virada do ano ao lado da família e amigos, incluindo seu pai Gilberto Gil, a madrasta Flora Gil, a irmã Bela Gil, a ex-nora Laura Fernandez e a neta Sol de Maria.
Em 10 de janeiro deste ano, já em recuperação, Preta compartilhou um vídeo sobre sua jornada. “Estou aqui no hospital me recuperando da cirurgia. Uma cirurgia muito extensa. Muito importante. Tem um pós-operatório muito difícil, estou aqui vivendo um dia de cada vez. Lutando. Dando o meu máximo para ficar bem, doida para sair daqui o mais breve possível. Mas tem uma jornada de recuperação pela frente, muita reabilitação. Vai dar tudo certo. Estou aqui firme e forte. Em breve estarei em casa, se Deus quiser”, afirmou.