Francesca Bridgerton, personagem de Hannah Dodd na série da Netflix, é apresentada como queer – uma mudança em relação aos livros de Julia Quinn que dividiu os fãs. Alguns ficaram surpresos, outros expressaram frustração ou preconceito, enquanto muitos comemoraram a representatividade. A intenção era justamente incluir Francesca na comunidade LGBTQIAPN+ e alterar o gênero de seu futuro interesse amoroso, transformando Michael em Michaela (Masali Baduz), conforme explicou a produtora Jess Brownell.
No sexto livro da série, “O Conde Enfeitiçado”, Francesca já está casada com John Stirling (Victor Alli), um homem calmo e reservado. Após a morte de John e a perda do filho que esperava, Francesca se vê sozinha. Michael, apaixonado por Francesca desde antes do casamento, sofre em silêncio. Quatro anos após a morte do primo, ele e Francesca se aproximam, e ela decide dar uma chance ao amor, pois deseja ser mãe.
“O livro dela [Francesca] fala muito sobre o quão diferente ela se sente. Julia Quinn talvez quisesse retratar essa diferença como introversão. Mas, para muitos de nós da comunidade queer, sentir-se diferente é uma parte crucial de nossas histórias. Eu senti que havia um terreno fértil tematicamente no livro dela para contar essa história”, explicou Jess à edição americana da revista Glamour.
A produtora assegurou que o casal terá um final feliz. “Existem elementos na história [de Julia Quinn] que nos permitem garantir um final muito feliz para Francesca e Michaela. Foi importante para mim contar uma história queer principal para dar à comunidade um final feliz, assim como fizemos com os outros casais”, frisou Jess. Sem revelar qual Bridgerton será o foco da quarta temporada, a produtora mencionou que Michaela estará presente nos episódios e que os temas e discussões dos livros serão respeitados. “Entendo que algumas pessoas sentirão que o personagem [Michael/Michaela] não aparecerá exatamente como esperavam, mas nosso objetivo é honrar ao máximo os temas do livro. Algumas mudanças serão necessárias, mas há maneiras de homenagear grande parte do livro”, apontou.
Jess também afirmou que o romance de Francesca e John permanecerá o mesmo. “Amamos esse relacionamento na sala dos roteiristas. A revelação de que Francesca é queer não nega o que ela teve com John. Não acredito em uma hierarquia de relacionamentos. Cada relacionamento é único, e muitos tipos diferentes de amor são válidos. O amor que ela tinha por John é real, baseado em companheirismo, amizade, respeito e interesses compartilhados, mais do que na paixão”, explicou a produtora. “No futuro, espero contar uma história com muitas nuances sobre Francesca ter dois grandes amores em sua vida”, concluiu.