Marcello Camargo, o filho único de Hebe Camargo, assume o papel principal em “Hebe, Uma Revista Musical”, em cartaz no Teatro Mooca, em São Paulo, de 19 a 27 de abril, às sextas e sábados. Como produtor do espetáculo, ele se propõe a reviver os momentos marcantes da carreira da icônica apresentadora, incluindo entrevistas com figuras proeminentes da televisão brasileira, bem como aspectos de sua vida privada até então desconhecidos pelo público.
Em uma entrevista à Quem, Marcello compartilhou memórias de sua mãe e destacou o diferencial da peça em relação a outras produções sobre a vida da famosa, que faleceu em setembro de 2012, aos 83 anos. Com uma duração de 90 minutos, essa comédia surgiu da vontade de “contar a história real” de Hebe Camargo. Embora a vida da apresentadora já tenha sido retratada em obras anteriores, como “Hebe, o Musical” e a minissérie “Hebe – A Estrela do Brasil”, seguida de um filme em 2019, Marcello expressa decepção com a representação fictícia apresentada neste último.
“A peça de Miguel Falabella foi maravilhosa, uma obra-prima, mas o filme que veio depois nos decepcionou bastante por contar uma história bastante fictícia. Surgiu então a ideia de criar esta revista musical para trazer uma história verdadeira”, explica.
Dirigida e escrita por Allan Oliver, a peça contou com a colaboração de Regina Azevedo, conhecida como Regininha, confidente e conselheira de Hebe em vida, que compartilhou sua vasta experiência sobre a vida da apresentadora para garantir a precisão do roteiro. Marcello revela que durante a pesquisa para o espetáculo, descobriu diversas inconsistências entre a realidade e a ficção, incluindo o equívoco no nome completo de sua mãe.
“A gente até aproveitou para corrigir muitas coisas erradas, inclusive o nome. O nome dela de registro, de nascimento, identidade, é [Hebe] Camargo, só. No outro musical, e até na biografia, tinha um nome que eu não sei de onde eles tiraram. Isso é uma coisa que me incomoda muito. Até hoje, muita gente escreve Hebe Maria Monteiro… Isso não existe, inventaram e ficou. É uma dificuldade para desmentir”, esclarece.
Marcello também critica a falta de fidelidade em alguns aspectos da minissérie, como os hábitos e maneirismos de Hebe. “Muitas coisas são irreais: ela bebendo uísque; que odiava, bebendo em camarim, que nunca aconteceu… A maioria das pessoas defende e fala: ‘Eu assisti, mas achei que não tinha nada a ver com a Hebe. Aquela não era a Hebe'”, ressalta.
Ele espera que o público reconheça na peça o lado visionário de Hebe, que estava à frente de seu tempo. “E acho que ela inspira muitas mulheres, até hoje, para lutarem pelo seu espaço e correrem atrás das coisas, serem independentes dos cônjuges. Eu acho que ela até hoje inspira nesse sentido de não serem submissas”, conclui.