No próximo dia 4 de fevereiro, o renomado cantor celebrará seu 65º aniversário. Em um bar que leva seu nome, situado em um shopping na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, Zeca falou com o jornal O Globo e recordou: “Diziam que eu não chegaria aos 30 anos.”
Zeca Pagodinho completou 40 anos de carreira em 2023, uma marca que será comemorada com um show no Estádio Engenhão, no Rio, no dia do seu aniversário. Ele explicou: “Foi Leninha [Brandão, minha empresária] quem sugeriu. Mas 40 anos de carreira merecem um show como esse. Minha carreira realmente começou com ‘Camarão que dorme a onda leva’, uma parceria com Beth Carvalho: ‘Beth me lançou nesse mundo louco [da fama]. Eu relutava em entrar. Levei muito tempo para aceitar, e várias vezes pensei em desistir. No entanto, nasceram filhos de músicos, e eu continuei, pois era um emprego que gerava sustento.”
Na infância, Zeca Pagodinho enfrentou desafios na escola, abandonando os estudos na metade do ensino fundamental: “Ninguém, de qualquer família, queria ter um filho ligado ao samba. Os pais desejava que os filhos estudassem e trabalhassem. Fui expulso de algumas escolas. Na quarta série, decidi sair por conta própria. Sempre aprendi muito rápido. O professor explicava algo e perguntava: ‘Quem não entendeu?’. A maioria levantava a mão. Eu pensava: ‘Ah, não vou ficar’. E saía.”
Como feirante e camelô, Zeca frequentava rodas de samba, seguindo seu destino, mesmo desagradando seus pais: “A vida me levou por um caminho, e não havia como resistir. Fui para a rua, trilhando meu próprio caminho. Não havia como frear.”
Após um período de pouco sucesso, ele ingressou em uma fase mais produtiva que já perdura por quase três décadas, proporcionando-lhe estabilidade financeira: “O dinheiro serve para empregar pessoas, ajudar muita gente, filhos, netos. E ter uma condição boa, um carro bom. Mas, mesmo em outras épocas, nunca faltou para mim nem para as pessoas ao meu redor.”
Atualmente, Zeca divide seu tempo entre as tardes com os netos e as noites em casa, sem repetir a vida boêmia da juventude: “Às nove e meia, estou na minha cama. Aonde eu iria? Lugares do meu tempo não existem mais. Existem para os mais jovens, mas não é minha linguagem”, concluiu.